terça-feira, 23 de junho de 2009

LEMBRANÇAS DE UMA VIDA COMUM 8

LEMBRANÇAS DE UMA VIDA COMUM
Ou 'Como acabar com a sua pose de durão em 20 capítulos'.

CAPÍTULO 8: Mr. Lonely?

Sou um cara 'sociável', como diz a Paula, mas a solidão sempre me perseguiu. Faz parte da minha vida. É uma merda.

A minha mãe me entregou para a minha avó criar quando tinha apenas 6 meses de idade. Sempre soube da existência dela, mas só fui conhecê-la aos 9 anos. Nunca conheci o meu pai. Meus irmãos, só depois de anos.

Por ter nascido não muito bonito e ter crescido gordinho e pobre nunca tive amigos, exceto o André.

Passei boa parte da minha infância vendo televisão ou 'socado' no quarto, filosofando sobre os motivos disso tudo.

Não houve muita mudança já adulto, em São Paulo. Senti na pele o preconceito por tudo isso e pela minha origem.

Conheci muitas pessoas, fiz muita coisa, mas nunca me senti parte de nada. De certa forma, ainda não sinto. À parte, vivendo em meu próprio mundo... me sinto o Bobby (rs).

As coisas mudaram bastante quando comecei a namorar firme e depois que o tal namoro virou noivado. Aqueles dias, com ela, foram sensacionais também por causa disso.

Quando ela decidiu acabar com a nossa história da mesma forma como começou (do nada), meu mundo desabou. Porra, não sabia o que fazer. Tinha entrado completamente naquela história. Cabeça, tronco e membros. Achei que seria maduro o suficiente para encarar aquilo e me reerguer, mas gostava (e gosto) tanto dela que só agora começo a 'respirar' novamente.

Continuo sozinho e pior, me sinto sozinho, mas a minha vida é tão corrida que eu não tenho muito tempo pra pensar nisso.

Sei lá, às vezes penso que talvez seja até um coisa boa, saca? Não pensar em algo não significa que ele não exista, mas que ajuda a não se importar, isso ajuda.

O problema, como sempre me lembra o Luiz, é a porra do Domingo às 6 da tarde. Cansado da balada que varou a noite anterior... depois de almoçar tarde e assistir ao futebol... entendendo que o fim de semana acabou e que no dia seguinte tem que trabalhar... fuck!, não há nada mais depressivo do que às seis da tarde do Domingo. Nada. É em momentos como aquele que percebo que sozinho nada tem graça. Sozinho nada faz sentido.

Eu preciso estar 110% do meu tempo ativo, para não me lembrar de que vivo sozinho. É por isso que estou (quase) sempre 'ligado', falando e fazendo merda. Esse Denis, às vezes triste, às vezes sério, nunca lhes foi devidamente apresentado, por isso muitos de vocês me escreveram assustados quando leram algumas das coisas que escrevi.

Não se preocupem, vou ficar bem. A solidão me acompanha há tanto tempo que acabo criando um jeito de não me importar tanto.

Mas me importo. Muito.

São Paulo, 16 de Abril de 2009. 15 dias e contando.

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