terça-feira, 23 de junho de 2009

LEMBRANÇAS DE UMA VIDA COMUM 16

LEMBRANÇAS DE UMA VIDA COMUM
Ou 'Como acabar com a sua pose de durão em 20 capítulos'.

CAPÍTULO 16: "O tempo destrói tudo."

O amor move montanhas. Quantas vezes você ouviu ou leu baboseiras iguais a essa? Acredita mesmo nisso? Que um amor so-called 'verdadeiro' resiste a tudo? Por quê?

E se o seu amor não for suficiente? E se essa outra pessoa (mulher, homem, bi, tri, tetra), que jurou te amar, na verdade gostava mesmo era da sua companhia? E se era amor mesmo, mas era menos e você não sabia? Poderá este amor unilateral "mover" as tais montanhas?

Quer saber o que penso? Sim e não. Relutei muito se deveria ou não escrever este texto, mas não seria um retrato fiel se não fizesse. Serei breve, para não remoer sentimentos.

Refiro-me a forma até hoje inexplicável como terminei a relação mais duradoura e fascinante que tive: meu noivado com a Paula.

Sempre achei que éramos felizes. Eu, pelo menos, posso afirmar que fui. Ela também foi, mas talvez não da mesma forma. Prefiro não julgá-la. Paula e eu nos conhecemos na CSU/Natura, como já contei anteriormente.

Durante quase quatro anos vivemos tudo o que um casal poderia viver, exceto as brigas. Raramente brigávamos. Apenas discussõezinhas rídiculas que terminavam com a mesma velocidade com que começavam. Nunca ficamos mais que algumas horas 'de mal'. Quem sabe não estava aí o problema, né? Bem, não faz mais diferença.

Era uma Sexta, como hoje, e eu tinha ido buscá-la no trabalho. Ela estava feliz, nos beijamos e trocamos juras de amor. Cada um na sua casa no fim de semana e quando nos revemos, ela já estava estranha. Na Quinta-Feira seguinte ela me contou que não sabia mais se me amava ou não. Era o fim que eu tanto temia.

Ela nunca demonstrou nenhum desinteresse, nunca reclamou de nada, então, amigo, imagina a minha surpresa. E o meu desespero.

A Paula foi a minha vida, meu tudo. Não sei o que pode ter acontecido, aonde nos perdemos. Não sei precisar se fiz tudo o que deveria ter feito, mas fiz o que consegui fazer. Ela era quase uma criança perto de mim. Invertemos os papéis no final. Acho que diminuímos, quando crescemos. Sei lá, éramos tão diferentes dos outros, tão perfeitos, tão melhores. Caímos.

Ela foi quem eu mais amei. Nunca senti nada parecido. A minha surpresa deu lugar a decepção nos meses que seguiram aquela semana. Não podia crer que era a mesma pessoa.

Por que cargas d'água isso aconteceu conosco, nunca saberei. Nem quero mais. Águas passadas. A lição que tirei dessa história toda é que não posso mais entrar de cabeça em um relacionamento. Talvez ter um pé sempre atrás e estar preparado para o pior nos deixe seguros sobre aproveitar o hoje.

Perdemos os dois, eu acho. Só que eu já percebi isso. O que vai ser de nós? Não sei. Só sei que um dia amei essa menina com tudo o que eu tinha e descobri que amor só não era suficiente. Preciso de tempo para descobrir o que não fazer daqui pra frente.

Até lá, minha loira, ficam as lembranças e os sonhos perdidos no caminho.

Ainda estou aqui. E ainda te amo muito.

São Paulo, 24 de Abril de 2009. 06 dias e contando.

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